Digite sua busca e aperte enter

Compartilhar:

Jovem fotógrafo maranhense, radicado no Rio de Janeiro, lança exposição "O que sustenta o Rio"

Joelington Rios, o "quilombola artista", retrata sua experiência e percepção sobre a suposta cidade maravilhosa

Tarde Nacional

No AR em 19/10/2021 - 18:38

Luciana Valle conversou com o fotógrafo, Joelington Rios, no Tarde Nacional desta terça-feira (19), sobre a exposição "O que sustenta o Rio". Joelington nasceu no quilombo Jamary dos Pretos, em Turiaçu, no Maranhão. Quilombola e artista visual, fez parte de seus estudos na Escola sem Sitio. Hoje, vive entre a cidade do Rio de Janeiro e seu quilombo, localizado no norte do Maranhão, desenvolvendo pesquisas no campo das artes visuais.

Em seu trabalho, o "jovem quilombola artista maranhense" combina diferentes técnicas e práticas artísticas, misturando fotografia, videoarte, performance, arte sonora, escultura e instalações. Suas pesquisas têm como objetivo revelar outras corporalidades, criar significado, ressignificar memórias e elaborar outras formas de existência.

Quando ele decidiu morar no Rio, em 2017, tinha ilusões vinculadas à natureza, ao charme da Zona Sul carioca e seus personagens. O roteiro para elaborar a série "O que sustenta o Rio", sendo esse "Rio" a própria cidade, pressupõe um questionamento, para demonstrar os desafios de viver na capital fluminense. Um município de contrastes, com feridas sociais aparentes, combinadas com extrema beleza no meio do caos. Por fotomontagem em preto e branco, "Rios sobrepõe e ajusta graficamente a imagem do Cristo Redentor à cabeça de pessoas retratadas, quase anônimas, em situações ordinárias, como emblema de pertencimento à cidade do amor e das fricções", segundo o texto em sua página na internet.

"Esse trabalho nasce com a minha chegada aqui na cidade do Rio de Janeiro", conta ele, que veio para o Rio terminar o Ensino Médio, já tendo a fotografia como um objetivo.

Para Joelington Rios, viver o Rio foi a experiência radical de uma descoberta transformadora do seu olhar sobre o centro, os subúrbios, as favelas, as praias como contrastes, asperezas, embates e exclusão. Para o dito “jovem quilombola artista maranhense” o Rio ideal, a Cidade Maravilhosa, colide com a desigualdade social, "o apartheid social gritante, a vida nua, a realidade frictiva da marginalidade social". Uma cidade dividida entre o morro e o asfalto, classes, bairros.

Trata-se do "Rio de Rios".

Ouça a entrevista na íntegra clicando no player.

 

Criado em 19/10/2021 - 19:38

Mais do programa