quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O Acordo para a Abertura do Mercado de TV a Cabo





Muitos perguntam-se o porque da oposição ao governo federal encontrar-se tão boazinha a ponto de advogar, sem ter sido solicitada, uma aliança tácita com Dilma Russef.


Depois de 8 anos fora do Governo Federal, as forcas politicas perfiladas entorno do PSDB, o principal partido oposicionista, desmoronam. O que lhes restou foi a força do controle da mídia mantido por 15 famílias proprietárias de concessões de canais de televisão e uma ou outra revista impressa (dado a agonia de que padece a maioria delas), dentre elas a revista Veja.


Pois é exatamente essa oposicão “step” midiática, que vinha desde a era Lula primeiro ecoando e depois substituindo a oposição parlamentar, quem agora encontra-se em momento decisivo da trajetória que a levou ao dominio dos meios de comuicação no País.


Esta para ser votado no Congresso projeto de Lei que acaba com a reserva de mercado de que desfrutam essas 15 familias no mercado de TV a cabo, abrindo oportunidades de negócios que beiram os 50 bilhoes de reais anuais às sedentas empresas de telefonia, muitas delas conglomerados internacionais americanos e europeus que, em momento de crise em seus países de origem, estariam dispostas a colocar o que for preciso em moeda forte para ganhar escala no promissor mercado de TV a cabo voltado a classe média emergente brasileira.


Nunca os Marinhos e quejandos expuseram-se a riscos maiores em seus negócios quanto nos dias que correm. Impossibilitados de confrontar o governo como faziam anteriormente devido aos parcos meios políticos de que dispõem, esses capitães da midia silenciaram seus representantes no mundo da politica. Cobraram deles agora um apoio velado a Dilma em troca de um mais efetivo poder de barganha para alterar em seu favor o Projeto de Lei das TVs a cabo, a lei que deverá entrar em votação na Câmara dos deputados para permitir às empresas de telefonia móvel operarem também na transmissão de material audiovisual nas emissoras de TV fechadas.


O que pedem os capitães é que as operadoras de telefonia sem fio nao entrem na producao de conteúdo nem que lhes seja dado acesso ao sistema de cabeamento por fibra otica. Prometem, em contrapartida, condescendência com o Governo no projeto re-eleitoral de Dilma Russef.


Enquanto isso o deputado Vacarezza, relator do projeto, busca facultar aos representantes dos conglmerados televisivos espaços na discussão do projeto. Mas não há jeito. Haverão de ir alguns dos anéis dos dedos ricamente adornados das famílias controladoras das grandes redes devido ao fato de que não há como impedir que as Teles, como sao chamadas as empresas de telefonia, deixem de fazer uso dos mais recentes avanços da teconologia para porem no ar, via transmissao “wireless” e pela terça parte do preço, acesso massivo à TV a cabo.


Enquanto isso, e por causa disso, os parlamentares de oposição ao governo perdem não somente os anéis mas efetivamente alguns dos dedos, já que se bem sucedido o processo de negociação em curso entre os barões da mídia e as autoridades federais, deixarão de contar com o aporte de propaganda gratuita - na forma de cobertura jornalística farta - quando de suas campanhas eleitorais, em particular as previstas para coincidirem com as próximas eleições presidenciais.


Mas julgam todos que talvez seja melhor assim: FHC, afinal, aproxima-se do descanso eterno como referência maior das oposições, o menino Aécio não consegue livrar-se do estigma de baladeiro carioca enquanto Lula permanece a rondar o Planalto como amedrontador espectro político. Julgam que Dilma, vista como uma burocrata saída das entranhas do aparelho doe Estado, seria um mal menor.


Os telespectadores acompanham essa novela sem muito interesse, torcendo para que o acesso à internet e à TV lhes seja liberado sem as taxas aviltantes impostas pelos magnatas da mídia.








Nenhum comentário:

Postar um comentário